sexta-feira, 6 de novembro de 2009

MICOTOXINAS

Os fungos têm potencial de produzir doença na espécie humana, e são direta ou indiretamente prejudiciais de várias maneiras. Eles contribuem para a deterioração dos alimentos, são a principal causa de doenças nos vegetais. Em vários alimentos eles são encontrados sob a forma de mico toxinas.
As micotoxinas são metabólitos tóxicos produzidos por fungos microscópicos, os bolores. Micotoxicoses são intoxicações resultantes da ingestão de alimentos contaminados com micotoxinas. As micotoxinas são produzidas durante o metabolismo secundário de fungos filamentosos e dentre eles o Aspergillus parasiticus e existem mais de 200 substâncias já identificadas como micotoxinas, sendo as afla toxinas uma das espécies mais estudadas, as afla toxinas podem estar presentes em alimentos, como amendoim, milho, trigo, cevada, café, leite, arroz, farinhas, nozes, castanhas, frutas secas, entre outros, podendo ameaçar a inocuidade dos mesmos.

ETIOLOGIA DA MICOTOXICOSE

Estudos epidemiológicos desenvolvidos em alguns países têm demonstrado uma associação entre incidência de câncer hepático humano e aflatoxina B1 ingerida nos alimentos. A verificação da existência de aflatoxina B1, em excretas, auxilia a constatação de episódios de intoxicação. Na prática, com relação à espécie humana, comprovação é difícil, pois sabe que a metabolização da aflatoxina B1 é muito rápida, desaparecendo, praticamente, após uma semana de sua ingestão. Devido ao fato de os achados clínico-patológicos serem apenas sugestivos de micotoxicoses, é fundamental a detecção e quantificação da toxina no alimento suspeito e, quando possível, a detecção de resíduos nos tecidos, leite, urina, soro, fezes e sangue.

PRINCIPAIS ALIMENTOS QUE PODEM SER CONTAMINADOS COM AS MICOTOXINAS

As micotoxinas são produtos metabólicos dos fungos que, ocorrem principalmente em cereais e sementes oleaginosas como o amendoim, o arroz e o milho. Algumas micotoxinas como a aflatoxina B1 têm toxicidade crônica, podendo ser carcinogênicas, levando ao hepatocarcinoma.

RISCOS DA EXPOSIÇÃO HUMANA ÀS MICOTOXINAS

Estes compostos caracterizam-se pela elevada toxicidade que apresentam e, portanto, os riscos da exposição humana a estas micotoxinas podem acometer grandes prejuízos à população, pois os sintomas vão desde náuseas e vômitos até a falta de coordenação dos movimentos (ataxia) e morte.
Em saúde pública, as aflatoxinas têm sido identificadas como fatores envolvidos na etiologia do câncer hepático no homem, conseqüente à ingestão de alimentos contaminados, e, ainda, a micotoxicose pode causar ao organismo do ser humano danos no crescimento, afetando funções do organismo e desenvolvendo tumores, podendo, inclusive, ser letal.

PATOGENIA DA MICOTOXICOSE

A ingestão de alimentos ou rações contaminados com micotoxinas ou pela inalação destas em forma de partículas suspensas, principalmente em locais onde os alimentos contaminados são tratados ou manipulados, causa a micotoxicose. O grau das micotoxinas depende da toxicidade da micotoxinas, da extensão da exposição, do estado nutricional do indivíduo e dos efeitos sinérgicos com outros agentes químicos ou biológicos.
As aflatoxinas são encontradas em alimentos contaminados pelos fungos Aspergillus flavus e Aspergillus parasiticus. O amendoim, por exemplo, transporta na sua casca grande quantidade de inóculo de A. flavus a partir do contato com o solo. A deterioração da vagem possibilita a penetração do fungo na semente, aumentando a contaminação pela aflatoxina. Algumas medidas preventivas podem controlar os níveis de aflatoxinas, como a secagem rápida dos alimentos e o armazenamento sob condições controladas de umidade relativa. A secagem posterior de um alimento embolorado não afeta o teor de aflatoxinas já produzidas, porque elas são resistentes inclusive à torrefação.

PREVENÇÃO CONTRA A MICOTOXICOSE


Prevenir a contaminação pelo fungo Aspergillus continua sendo a melhor medida para evitar a presença de aflatoxina em alimentos. Deve haver a prevenção do desenvolvimento desses fungos em grãos e outros vegetais, com base, principalmente na secagem rápida desses alimentos, seguida de armazenamento com condições controladas de umidade relativa do ambiente, é sabido que a redução da atividade de água é uma das medidas preventivas que aumentará a segurança do produto e a inibição do desenvolvimento dos fungos micotoxigênicos. A remoção de lotes contaminados, com a remoção de unidades danificadas, minimiza a presença de aflatoxina no produto final quando destinado à industrialização.
A exposição dessas toxinas à luz ultravioleta provoca sua degradação parcial. O tratamento com luz ultravioleta em amendoim contaminado não tem efeito, mas em leite contendo aflatoxina M1, a destruição é quase total. A adição de pequena quantidade de água oxigenada ao leite (0,05%) aumenta a deficiência da destruição, e a combinação de luz ultravioleta com riboflavina elimina grande parte do princípio ativo da aflatoxina M1. Em amendoim, a prevenção da contaminação com aflatoxina tem sido obtida com uso de cultivares resistentes, com a adoção de algumas práticas que controlam a colonização de fungos com potencial aflatoxigênico, tais como calagem, secagem e escolha do tipo de solo ou que interferem na biossíntese de aflatoxina, e com procedimentos para a remoção dos grãos contaminados com base em cor e flutuação, ou ainda utilizando peróxido de hidrogênio.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Desta forma, é grande importância que o profissional da saúde e a população em geral estejam sempre bem informados e atentos às formas de contaminação, o grau de toxicidade tolerado, os alimentos mais acometidos e sobre as formas de esterilização e assim será possível uma prevenção eficaz que evite a contaminação e os possíveis danos à saúde humana.